Para você dar o nome que quiser.



Eu quero escrever algo, escrever um daqueles textos que colocam para fora tudo que tenho sentido e passado. Mas é tão difícil escrever sobre isso. Anda tão difícil escrever sobre qualquer assunto, são tantas coisas acontecendo ao mesmo tempo, são tantas duvidas, tantas inseguranças, tantas saudades e tantas pessoas deixadas para trás. Olhei para chuva caindo do lado de fora do quarto e estremeci. Uma onda de frio percorreu o meu corpo e automaticamente lembrei-me de momentos que estava há tanto tempo tentando esquecer.
Relutei por alguns minutos com os meus próprios pensamentos, quando percebi que não tinha saída, me entreguei a eles. Senti uma vontade imensa de colocar para fora todas as borboletas que colocaram aqui dentro e depois fizeram questão de matar. É ridículo, eu sei, é ridículo gastar meu tempo pensando em pessoas rasas. É ridículo ficar se torturando e alimentado lembranças. Uma vez ouvi que antes de sofrer por algo ou alguém, devemos fazer a seguinte pergunta ‘’isso vale o meu sofrimento?’’ e isso com certeza não vale o meu sofrimento.  Enxuguei as lágrimas e tomei um gole do meu leite com chocolate. Eu não devo mais sofrer por isso, porém, o que faço com as lembranças? E se eu lembrar que ele odeia leite e tem alergia das coisas mais inusitadas? E se por acaso eu olhar para o meu pé e lembrar que ele é a única pessoa que o acha bonito? O que eu faço se eu lembrar daquela música, daquele livro ou daquele filme? Se por acaso eu passar na frente daquela sorveteria no centro da cidade ou na frente daquela casa que fizemos planos?  O que faço quando eu lembrar? Agradeço por não ter amnésia ou posso ligar para ele?

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