Havia.



Havia duas crianças correndo pelos corredores, como se estivessem em um lindo parque com uma gramado verde cheio de vida. Elas riam e gritavam. Elas brincavam e esqueciam de comer, procuravam por água quando a garganta se fazia deserta. Havia calor e o tempo não estava quente. Era um fogo não translucido. Não visto por olhos, não meros olhos humanos. Só o Espírito enxergava. Unção. Ali estava ela. Com os olhos fechados eu a vi. E vi muito, muito mais...
''Ele está morrendo. E acabo de sentir algo tão forte como a morte. Acabo de sentir o toque do cordeiro. Ele foi jogado de joelhos no chão. Ele rastejou em busca de água enquanto cinco o agredia. Ele morreu naquela noite. E não havia ninguém lá pra rogar pelo seu sangue. Não havia pureza, não havia sequer alma. Nada. Depois de um minimo tempo só um corpo. Um pequeno corpo jogado em algum comodo casa. E ele ainda se arrastou, arrastou para  sobreviver, ele morreu. Algo morreu. 

Maria Sirijoli

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